Meus olhos já cansados
Desses olhares
Buscam horizontes de paz.
Meu corpo...esgotado de tudo
Procura abrigo no silêncio.
Ah! Se tudo fosse um sonho
E não o pesadelo...
As estrelas seriam letras
Escrevendo o nome Paz
No céu da noite mais densa!
Alguns dizem algo sobre o prazer e dele não sabem da metade.
Os homens não entendem quase nada sobre as mulheres. As mulheres -por sua vez - dizem que os homens são indecifráveis.
As crianças reclamam dos adultos que já não sabem mais o que fazer com elas.
Os poetas choram por amores que não deram certos; sendo que nenhum poeta conseguirá saber o que é o amor certo...pois nunca o terá.
Pois sim...assim é a vida e tudo poderá ser resumido em nada. Se tivermos essa perspectiva de o nada ser o tudo, quem sabe não estaremos na metade do caminho.
O Tortuosas Linhas Retas recomenda o livro A vida sexual da Mulher feia da gaúcha Claudia Tajes. Um exemplo de sarcasmo da autora e um chute nos textículos e nas partes baixas dos politicamente corretos. A edição primeira é de 2005 e chegou a causar um certo engano nas leitoras, pois as mesmas achavam que era algo voltado para a auto-ajuda (sic).
Leiam e descubram que o bom humor é mais interessante que essa coisa de beleza...Beleza no caso só do texto.
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Direto da Gansolândia...o desenhista Ganso nos apresenta três desenhos - inéditos - condensados em uma imagem. Dê duas clicadas e veja o desenho ampliado.
Morrer é algo tão natural quanto o fato de estar vivo. O que torna essa coisa da morte estranha é quando a vida é abreviada por um ato de estupidez. Ato estúpido como o que tirou a vida de um dos maiores cartunistas desse país. Morrer é algo natural mas ainda assusta e nos tira pessoas geniais como o Glauco, assassinado por um medíocre, talvez até desconhecedor do talento raro deste que foi o criador do Geraldão, personagem fundamental das minhas
leituras nos velhos anos 80's.
Mas agora não resta mais nada além da obra...a salvo em nossas memórias, nas revistas e na grande rede. Já que o Glauco não mais produzirá, ao menos nos resta apreciar o seu legado.
Que a família fique em paz - sabendo-se que esse é um momento de dor - e que possa superar essa triste passagem.
Descanse em paz, Glauco.
PS. A tirinha aí de cima é de um dos meus personagens prediletos criado pelo traço mordaz do Glauco.
Já me basta O teu contentamento... Dele invento Minha felicidade Aqui, nessa cidade Tudo é farsa Nos olhares dessa gente morta O teu contentamento Já me basta... O teu sorriso Cheio de luz Me seduz E da tristeza me afasta... O teu contentamento Já me basta E se dessa vida só me restam os espinhos Já me bastam os teus carinhos. O teu contentamento Já me basta!
Quantas vezes eu te busquei Em vazias ilusões... Quantas vezes o tempo Não era mais que o inimigo Negociando tua ausência. Tantas eu fiz que não lembro Dos nós que nos prenderam Nessa tempestade chamada paixão.
O Tortuosas Linhas Retas é a tentativa de experimentar o inusitado e ao mesmo tempo incorporar a insandidade em postagens distanciadas do senso comum. Equivocar o bom senso e permitir liberdade aos sentidos. Aqui tudo pode e mais um pouco. Participe, colabore e ajude a desafinar o coro dos contentes. Afinal, nem mesmo as mães são felizes nesse planetóide azul.