sábado, 24 de outubro de 2009

O amor é sempre um desencontro

Há tempos ela não o via. Havia algo de desespero e receio naquele encontro. Pensou em ir embora e deixar o passado enterrado, tal qual como deve ficar...enterrado. Resolveu ficar. Aguardou Fernando por mais algum tempo. Eis que ele aparece. As pernas ficaram bambas e algo engasgou na sua garganta. Fernando vinha acompanhado de uma bela mulher. Aproximaram-se.
-Olá,
Karine. Essa aqui é a Linda, minha esposa e mãe de minha filha.
-
Oi. Disse Linda.
-Nossa. A felicidade de vocês faz nascer o sol em plena tempestade.
-Boa definição, acredito que seja isso mesmo. Mas qual mesmo o motivo desse nosso encontro?
-Bem, outro dia fazendo uma arrumação no apartamento notei que você havia deixado um livro e resolvi entregar-lhe.
Ela então passou o livro para suas mãos.
- Nossa, esse livro há muito saiu de circulação e eu estava louco para encontrá-lo.
De repente fez silêncio. Esse silêncio de um segundo que parece uma eternidade. Quebrado pela voz de
karine:
-Eu tenho que ir agora. Foi bom ver você. Prazer, Linda. Felicidades para vocês. Disse
Karine.
- Obrigado. Para você também. Falou Fernando, de uma maneira delicada, aquela que encantava as manhãs de
karine.
Ela se apressou em sair daquele lugar. O passado não havia feito bem para o seu ser já fragilizado.
O pior de tudo que lembrou que na primeira página do livro havia uma dedicatória para ele, a sua grande e única paixão.
Na dedicatória: Amor não é estar junto ao outro, isso seria apenas a satisfação do corpo. Amor é muito mais...é quando as almas se encontram e daí nunca mais haverá separação.
Uma lágrima caiu do rosto de
Karine; enquanto isso a cidade continuava em sua loucura e mais um coração partido sumiria em suas sombras.

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